quarta-feira, 5 de julho de 2023

As lutas dos povos indígenas

As lutas dos povos indígenas Depois de tornarem-se escravos da colônia portuguesa, os povos indígenas passaram a enfrentar diversas lutas em torno da própria sobrevivência. Com o extermínio de povos indígenas e a escravidão, milhares de famílias e indivíduos afugentados se refugiaram em áreas remotas, evitando o contato com pessoas não indígenas. Sendo assim, esses povos perderam acesso e direito às próprias terras, sem a possibilidade de cultivar alimentos ou ter acesso a rios para pescar, já que as grandes cidades iniciaram suas atividades em torno das águas. Daí em diante, os enfrentamentos às invasões, às queimadas, aos grileiros, à fome e à discriminação, tornou-se uma árdua rotina dos povos indígenas. Crimes contra os povos indígenas Em 1967, Jader Figueiredo, um procurador federal, publicou um relatório de 7.000 páginas que catalogou milhares de atrocidades e crimes cometidos contra os povos indígenas, incluindo assassinatos, escravidão e roubos de terra. Em um caso notório conhecido como “o massacre do paralelo 11”, um barão da borracha ordenou que seus homens arremessassem dinamite em uma aldeia indígena do povo Cinta Larga. Aqueles que sobreviveram ao ataque foram assassinados por seringueiros que os atacaram com facões. O relatório estampou manchetes internacionais e levou à dissolução do Serviço de Proteção ao Índio (SPI). O SPI foi então substituído pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), órgão que continua a ser o departamento de assuntos indígenas do governo. Entre 1970 e 1980, uma nova onda de construção de hidrelétricas e estradas e o desenvolvimento de atividades de pecuária e mineração causou a morte de milhares de indígenas, além de deixar sem terra outros tantos. Dezenas de povos indígenas foram aniquilados neste período. Com a nova constituição redigida em 1988, os indígenas e seus apoiadores fizeram pressão por mais direitos. Desde então, eles têm conseguido muitos avanços, ainda que não tenham acesso aos direitos territoriais que têm garantidos na Constituição e na lei internacional. Cenário atual dos povos indígenas Muito ainda precisa ser feito para amenizar as lutas dos povos indígenas no Brasil. Os direitos dos povos indígenas ainda são desrespeitados e ignorados pelas forças do Estado. O que abre margem para grandes indústrias hidrelétricas, de mineração e do agronegócio explorarem terras que não as pertencem, reduzindo ainda mais as possibilidades de moradia e alimentação de milhares de indígenas. Para além dos desafios territoriais, os povos indígenas enfrentam, ainda nos dias de hoje, problemas com racismo, preconceito, violação aos direitos das mulheres indígenas, falta de acesso à saúde e serviços públicos, além da alimentação escassa e pobre em nutrientes. Desafios que se agravaram durante a pandemia do coronavírus. O que tirou a vida de milhares de indígenas e colocou em risco tantas outros que, em lugares remotos e sem acesso à saúde, se viram sem apoio do Estado, o qual vem tomando medidas ineficazes nos combate à proliferação do vírus nos territórios indígenas. Os próprios indígenas se mobilizam nas esferas políticas e sociais, em busca de amenizar um sofrimento que se estende por meio milênio, somado ao novo desafio: o coronavírus. O Fundo Brasil apoia projetos liderados pelos próprios povos indígenas em busca de seus direitos garantidos na Constituição.

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