terça-feira, 30 de agosto de 2011

POÉTICO MITOLÓGICO (A Estética Escrita)

Boa Tarde Flor do Tempo!
Nossa próxima candidata é de origem australiana, esta pequena flor de aparência rústica é uma espécie perene, isto é, não morre, podendo ser usada em arranjos secos. Além desta, que também recebe o nome de perpétua-rosa, existem outras espécies, como a H. bracteatum, chamada de flor-de-palha ou rodante, e a H. roseum. Ela possui pétalas rígidas nas cores brancas, amarelas, alaranjadas e vermelhas.
Senhoras e Senhores! Na passarela a eterna Miss Sempre-Viva (Helichrysem manglesii).
Para dar boas vidas a nossa sétima candidata, nosso pré-cavaleiro canta:

Perpétuas Pétalas

Cansei de olhar pro relógio
As horas passam depressa
Onde o tempo perdido se debate
Sobre as nossas cabeças
E quando a noite chegar e a cor do sol vira luar
A poesia mágica dos sonhos vai brilhar.

Miss Sempre-Viva
Que suas perpétuas pétalas de lembranças
Renove constantemente minhas esperanças
Com a magia do cultivo do amor eterno

O tempo corre, e para nós o tempo que se passa,
Também morre.
Mais as palavras escritas ficam imortais
Com o tempo aprendi novas palavras
E tornei outras mais belas
Mas indefinidamente, não consigo substituir.
"O AMOR" a mais nobre das palavras

Miss Sempre-Viva
Que suas perpétuas pétalas de lembranças
Renove constantemente minhas esperanças
Com a magia do cultivo do amor eterno

Nesse mágico jardim
Os sentimentos da natureza são o segredo da existência
Palavras plantadas e colhidas através do tempo vivido
O passar do tempo não ira alterar o eterno yin e yang
Metáforas da vida e do mundo escrito.

Para compor PERPÉTUAS PÉTALAS inspirei na flor do campo Sempre-Viva (Helichrysem manglesii) que para mim é uma eterna tradução do romantismo. Símbolo do Amor que dura por toda vida. Mesmo sofrendo a poderosa ação do tempo, ela consegue mesmo seca, ser uma representação, ou melhor, um registro do amor vivido.

Para criar O POÉTICO MITOLÓGICO peguei como referencia a literatura da Idade Média. Reis, castelos, nobres cavaleiros lutando em torneios para merecer a atenção de formosas damas são alguns dos elementos que compõem certa parte de minha poética como artista. Essa imagem criada foi, em parte, construída com base nos textos dos trovadores e das novelas de cavalaria.
Uma grande referência para meu trabalho é O Romance da rosa, de Guillaume de Lorris e Jean de Meun, é um poema francês medieval no qual um jovem sonha que está no Jardim das Delícias (representação do ambiente da corte) e, após encontrar o deus do Amor, apaixona-se por um botão de rosa (símbolo do amor perfeito). Foi um verdadeiro best-seller na Europa de fins da Idade Média, quando se transformou em uma espécie de "enciclopédia" sobre o amor.

Uma reflexão sobre o cultivo da Miss Sempre-Viva:

"É sonhar, mas cavalgando o sonho e inventando o chão para o sonho florescer." (Thiago de Mello).

terça-feira, 23 de agosto de 2011

POÉTICO MITOLÓGICO (A Estética Cultural)

Boa tarde! Senhoras e Senhores...
Nosso desfile continua, e nossa sexta candidata certamente, é a que mais flores produzem, pois sua floração se mantém até nove meses. Ela pode ser rosa, lilás, púrpura e branca. Seu tamanho é variado do normal ou mínis. Na passarela de nosso jardim de encantos a preciosa musa ancestral Miss Violeta-Africana.
Nosso anjo, ou melhor, pré-cavaleiro canta:

Guerreira memoriosa

A batucada começa
Em busca das raízes escondidas
Vestígios do passado de exclusão vivida
A reação no campo florido
Fragmentos de semente de blues embalam esse jardim.

Miss Violeta Africana
Guerreira memoriosa
Sua área cultural dever ser bem cultiva
A expedição histórica se espalha pela luta da liberdade.

Cantando o poema do novo dia
Sou mensageiro das identidades
Nos subúrbios das cidades
E nos recantos escuros das casas ricas
Aonde as Violentas murmuraram: Ainda.

Miss Violeta Africana
Guerreira memoriosa
Sua área cultural dever ser bem cultiva
A expedição histórica se espalha pela luta da liberdade.

Donas do tempo antigo
Flores desabrochadas de quindumbas
Esquecidas pela selva capitalista
A sede e a urgência da mudança
Irei tão longe quanto for
Celebrar a mulemba santa milagrosa.

Bom para compor GUERREIRA MEMORIOSA eu me inspirei nas minis flores Violeta-africana, seu primeiro híbrido de que se tem notícia é a “Miss Liberty", criando por volta de 1951, na Inglaterra. As primeiras plantas eram frágeis e difíceis de serem cultivadas, mas com o tempo se tornaram tão fortes e populares quanto suas ancestrais. Hoje, reproduzem-se com facilidade através das folhas mais novas, sob uma temperatura que varia de 18 a 24°C, num local protegido do sol direto e ligeiramente úmido.

O que seria uma MULEMBA? Grande árvore de raízes aéreas, espécie de fícus. Tem forte sentido mitológico em Angola.

Hoje eu quero dedicar uma pequena explicação sobre o anjo do jardim: A inspiração veio de Walter Benjamin, filósofo alemão, dizia reconhecer o "anjo da história" no quadro Ângelus Novus de Paul Klee. Sobre o quadro, disse:

"O anjo da história deve ter esse aspecto. Seu rosto está dirigido para o passado. Onde nós vemos uma cadeia de acontecimentos, ele vê uma catástrofe única, que acumula incansavelmente ruína sobre ruína e as dispersa a nossos pés. Ele gostaria de deter-se para acordar os mortos e juntar os fragmentos. Mas uma tempestade sopra do paraíso e prende-se em suas asas com tanta força que ele não pode mais fechá-las. Essa tempestade o impele irresistivelmente para o futuro, ao qual ele vira as costas, enquanto o amontoado de ruínas cresce até o céu. Essa tempestade é o que chamamos progresso."

(Walter Benjamin. Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1986. p. 226).

terça-feira, 16 de agosto de 2011

POÉTICO MITOLÓGICO (A Estética do Desejo)


Boa tarde! Flor do dia!
Senhoras e Senhores
Se não perdi a conta é a nossa quinta candidata, embora a espécie branca seja comum, é possível encontrar variedades nas cores amarela e rosa. Vinda da Europa e da Ásia, ela é dotada de folhas com formas alongadas e bordas serrilhadas. Ela é famosa por ser oráculo natural dos apaixonados. Na passarela a pequena notável Miss Margarida.
Nosso pré-cavaleiro canta:


A melodia do desejo

No terreno fértil dos desejos
Uma fábula inspirada nos amores e desamores
Na zona das sementes dos sentimentos
Do que é não é
Mas talvez possa ser que seja

Inspiradora Miss Margarida
Pétalas brancas que traduzem o universo apaixonado
Malmequer, uma pra lá.
Bem-me-quer, uma pra cá.
Dentro dessa melodia do desejo
A resposta nasce do coração

Roubei frases do paraíso,
Que traduzem a essência da rara beleza
Da natureza do verdadeiro sentimento
Nasce à vontade pura e quase ingênua
Aquele que é capaz de alastrar pela mente e o coração
A sublime semente do amor

Inspiradora Miss Margarida
Pétalas brancas que traduzem o universo apaixonado
Malmequer, uma pra lá.
Bem-me-quer, uma pra cá.
Dentro dessa melodia do desejo
A resposta nasce do coração

Na verdade no mundo dos desejos
Não existe grande concordância
Aparentemente uma flor antagónica
Que irriga sonhos inspirados
De mentes apaixonadas.

Para compor A MELODIA DO DESEJO pensei uma brincadeira ou prática dos apaixonados com a flor margarida apresentada como sinônimo de bem-me-quer, mal-me-quer. Para mim ela passou a ser um oráculo dos desejos, a cada pétala uma expectativa! Na grande pergunta dos apaixonados, o que vai dar no final? Mal-me-quer ou Bem-me-que! Quem responde a Miss Margarida...

O que eu poderia dizer sobre a irrigação dos sonhos inspirados:

A primeira vista, regar o jardim pode parecer uma tarefa simples. Mas não é bem assim. Se as regras forem negligenciadas e as plantas recebem água em qualidade insuficiente ou em excesso, logo ficarão ressentidas, com um aspecto mal cuidado e sem vida. A primeira consideração importante é classificar os grupos de plantas cultivadas, procurando adequar a quantidade ideal de água para cada grupo. Se você, por exemplo, tiver cactos ou suculentas, elas vão precisar bem menos de água que espécies originárias dos lagos, dos rios ou das florestas tropicais, como os papiros, filodendros, impatiens ou mesmo plantas no período de floração.
É preciso também considerar as condições climáticas da região e o tipo de solo.

Resumido:
O segredo de flores bonitas e saudáveis é:
"Um sistema de regas eficiente e fundamental. Você pode usar um simples regador ou sofisticado sistema de irrigação. O principal é conhecer as necessidades do solo e de cada flor cultivada." (Rodrigo Ladir)

UMA REFLEXÃO SOBRE O ORÁCULO DA MISS MARGARIDA:

"Não se esqueça de que somos o reflexo daquilo que pensamos. O pensamento plasma nossa vida de amanhã. Aproveite, portanto, o momento que passa, a fim de construir um amanhã risonho. Plante em torno de você as sementes de otimismo e bondade para possa colher amanhã os frutos do amor e da felicidade. Se somos escravos do ontem, somos donos de nosso amanhã." (Carlos Torres Pastorino).

terça-feira, 9 de agosto de 2011

POÉTICO MITOLÓGICO (A Estética Emocional)

Boa Tarde! Flor do Dia!
Senhoras e Senhores
Nossa quarta candidata é originária do Japão, de onde foi levada para a Europa no fim do século XVIII, e dá-se dispersou por várias partes do mundo, sobretudo no hemisfério norte.
Na passarela de nosso jardim a nada mais e nada menos Miss Hortênsia.
Nosso pré-cavaleiro canta:

Nobre Adubação

Num solo ameno
O berço em que nasceu
Que entre penhas tão duras
Sua alma ainda enluta
Em terras tão ácidas.

Minuciosa Miss Hortênsia
O mundo há muitas armadilhas
Com mentiras lançadas ao ar
Faces secretas crescem cheias de memórias
Com a adubação criteriosa de sabedoria
Desvenda as disfarçadas ervam daninhas.

O cheiro áspero das flores
Não tinham a mesma exalação doce
Em solo azedo o seco é o caminho
Onde estão os nutrientes do bondoso solo rico
As flores precisam se desenvolver o nobre jardineiro

Minuciosa Miss Hortênsia
O mundo há muitas armadilhas
Com mentiras lançadas ao ar
Faces secretas crescem cheias de memórias
Com a adubação criteriosa de sabedoria
Desvenda as disfarçadas ervas daninha.

Excesso de água prejudica
Como a falta também
Em nada adianta você adubar o solo
Se não tiver um PH equilibrado
Resolvido esse problema drenagem será eficiente.
Senhores jardineiros não confie apenas na chuva
Para alimentar suas flores.
Aprenda a adubar corretamente.

Para compor NOBRE ADUBAÇÃO me inspirei na cor das flores de Hortênsia que depende muito do PH do solo. Solos ácidos produzem flores azuis, solos alcalinos dão origem a variedades rosa. Em algumas espécies de Hortênsia, a cor das flores parece relacionar-se ao grau de acidez ou alcalinidade do solo. Flores cor-de-rosa, por exemplo, tendem a se tornar azuis quando a terra tona-se mais ácida pelo acréscimo de sais de alumínio (sulfato de alumínio ou alume amoniacal).


Sobre a MISS HORTÊNSIA:

O nome Hortênsia lhe foi dado, nessa época, pelo naturalista francês Philibert Commerson, em homenagem a Hortense Lepaute, mulher de um amigo seu. A espécie mais difundida pela floricultura, Hidrangea macrophylla, tem porte médio que oscila entre dois metros e numerosas variedades, de flores brancas, azuis ou cor-de-rosa, agrupadas em vistosos cachos ou corimbos, tipo de inflorescência em que os pedúnculos de todas as pequenas flores agregadas elevam-se ao mesmo nível.

Solo adequado, o primeiro passo.

De nada adianta você adubar o gramado, se o solo não tiver um PH equilibrado, isto é, nem muito ácido, nem alcalino demais. Por isso o ideal é fazer uma análise do solo e uma correção química para deixá-lo com PH levemente ácido, entre 6 e 7. Este teste é muito simples, feito com kit de materiais chamado peagâmetro, que se compra em lojas de jardinagem e agricultura. Conhecidas as características do seu solo, é só aplicar a receita certa: para corrigir a acidez.

Reflexão do dia:
"Aprenda a adubar corretamente o seu jardim, ou melhor, a sua mente" (Rodrigo ladir).

Um pequeno adubo para mente:

"A mente pode e deve transformar-se para melhor. Pode livrar-se das impurezas que a contaminam e elevar-se ao nível mais elevado. Todos começamos com as mesmas aptidões, mas algumas pessoas as desenvolvem, outras não. Nós nos acostumamos com facilidade à preguiça da mente, sobretudo porque muitas vezes essa preguiça se esconde sob a aparência de atividade: corremos de lado para outro, fazemos cálculos e damos telefonemas. No entanto, tudo isso ocupa apenas os níveis mais toscos e elementares da mente. E oculta o que existe de essencial em nós." (Dalai-Lama).

terça-feira, 2 de agosto de 2011

POÉTICO MITOLÓGICO (A Estética Sacralizada)

Bom Dia!
Senhoras e Senhores
Nossa terceira candidata a Miss Flora, traz todo seu charme exótico, com um leve toque oriental.
Nosso pré-cavaleiro canta:

Ikebana Sagrado

O tempo vai e vem
No meu jardim só deseja,
Uma terra bem cultivada
Não me assustam os perigos
Dos ventos inimigos da hipocrisia
Pois a ignorância é grande tirana
Como se fora pérfida inimiga

De um passado enraizado na dor
Eu me levanto
Espírito de nobre beleza
Com porte de deusa misteriosa
Crescendo e expandindo
Exótica Miss Orquídea

Minha nina preciosa,
Que tudo em flores converte
Feliz de quem penetre no teu mistério!
Para os iletrados, é mais um simples arranjo enfeitado.
Mas em meu sagrado IKEBANA
A bela é um livro místico
E somente a alguns é dado lê-la.

De um passado enraizado na dor
Eu me levanto
Espírito de nobre beleza
Com porte de deusa misteriosa
Crescendo e expandindo
Exótica Miss Orquídea

O leque natural se abriu,
Beleza inesperada
Com o poder de explorar sentidos
Através dessa visão estranha
Que ora amostra ora esconde o meu destino
Eu te cortejo flor misteriosa

Para compor IKEBANA SAGRADO me inspirei na beleza misteriosa das orquídeas. Nome comum a diversas espécies de plantas terrestres ou epífitas, herbáceas, de raízes adventícias e flores de múltiplas cores e formato característico.
Existem muitas espécies de orquídeas no mundo. Entre as orquídeas, as Phalaenopsis destacam-se, com suas flores bonitas e sua elegância excepcional.
As Phalaenopses são disponíveis numa variada grama de cores. Elas são de excelente durabilidade e suas flores permanecem abertas por um longo período. Depois que as flores caem, elas geralmente voltam a florir ano após ano, quando bem tratadas.
A Orquídea Phalaenopsis é originária da Indonésia e das Filipinas, ela é uma orquídea do tipo epighyta, e, portanto gosta de ter as raízes em contato com o ar. Esse tipo de orquídea pode ser plantada em troncos, mas quando plantada em vasos, por ser uma epiphyta suas raízes ficam para fora do vaso, sendo isso normal.

O que seria a IKEBANA?
Seria um arranjo usado como inspiração para expressar o sentimento que tem dentro de si. Uma pequena planta ou um simples galho mostram uma beleza inesperada, quando combinados com outros elementos e flores. Tudo vai depender da riqueza de espírito de quem os colocou e do significado que se quer transmitir. Não é por acaso que, para os japoneses, por trás da ikebana está à própria alma do seu criador. Tanto quanto escrever ou pintar, se representa o conceito do belo através das flores.
A criação da ikebana em terras japonesas pode ser atribuída a ritual de oferecer flores aos deuses. Esta prática, que tem origem provável na Índia, chegou ao Japão através da China, junto com o Budismo.
Diz à lenda que a escola mais antiga de ikebana, a Ikenobo, está ligada ao abade Senmu, primeiro religioso Ikenobo, que por volta dos anos 600 enfeitava a imagem de Buda, colocando flores em ambos os lados do altar. Esta tradição, mantida por seus descentes por sete séculos, ao lado do costume popular japonês de oferecer a natureza aos deuses, levou ao aparecimento da primeira escola de ikebana.
No final do século XVI, com o advento da era dos samurais, a arte japonesa entrou num período de grande pompa. E também a ikebana foi tomando uma forma mais definida, como arranjo para os senhores feudais influentes. É o seu tempo áureo, quando se estabelecem as regras do estilo Rikka: amplitude, harmonia e sobriedade.
Com a queda do governo dos samurais e a abertura das portas para o Ocidente, o Japão se transforma. Até a escola Ikenobo, que se orgulhava de sua tradição e era protegida pelos shoguns, como a encarregada de fazer os arranjos nos seus palácios, foi colocada de lado.
A filosofia que está por trás da ikebana é riquíssima, assim como os seus simbolismos, presentes muitas vezes num simples elemento. O pinheiro, por exemplo, representa a vida eterna, pois resiste aos ventos gelados; o bambu significa a firmeza de caráter, pois não quebra com o vento; uma flor desabrochada lembra o passado, enquanto o botão, o futuro. E há mil outras interpretações.
Espero que essa pequena explicação tenha enriquecido de informações as mentes dos meus leitores.

Um pensamento sobre a prática ornamental do autor:

"Disciplina é um supremo ornamento e, seja usada pelos velhos ou pelos moços, faz nascer apenas felicidade. É perfume por excelência e, ao contrário dos perfumes comuns que só viajam com o vento, seu aroma refrescante viaja espontaneamente em todas as direções. Bálsamo sem igual proporciona alívio às dores intensas da ilusão e do engano". (Dalai-Lama)

Já esse pensamento é para os preguiçosos mentais:

"Paciência, requisito para um bom arranjo" (Rodrigo Ladir).