terça-feira, 3 de maio de 2011

POÉTICO MITOLÓGICO (Metáforas de Chantilly Vitrificado)



Boa Noite!
Senhoras e Senhores...
Brioche e Croissant... Não era só o que os franceses sabiam fazer. Rssssss...
Bom! Sinto um leve gosto de uma deliciosa revolução... Mas enquanto isso!
Nossa dupla francesa cantam:

Metáforas de Chantilly Vitrificado

Rendido ao teu encanto
Revestido de pompa
Venerável brilho fabricado
A imagem esculpida
Oscilação clássica vibrante

Divina, Divina doce porcelana.
Cobertura brilhante que fascina
Suntuosa louça fina
Pequena joia de fantasia

Precioso fetiche que desperta o puro desejo
Delicada fosfática, vítrea matéria-prima
Rose Pompadour á favorita
Magnifico porta-joias
Que me ilumina.

Divina, Divina doce porcelana
Cobertura brilhante que fascina
Suntuosa louça fina
Pequena joia de fantasia

Clássico Chantilly
Vênus doce, ouro branco
Naquele tempo era porcelana
Mais alegre que se fosse de carne
Meigos e traiçoeiros
Olhos que me devoram

Sobre o Chantilly vitrificado, ou melhor, fosfático:

O prestígio alcançado pelas chávenas, jarros, vasilhas, figurinhas, pratos e travessas importados da China havia já no século XVII dado origem na Europa a uma grande variedade de ensaios para se conseguir obter essa substância, cuja composição se ignorava. As tentativas para a "descobrir" multiplicaram-se desde aquela altura na Inglaterra, Holanda, França e Saxônica.
Na França, esta atividade levou à descoberta de uma matéria semelhante, de composição vítrea, a chamada porcelaine de pâte tendre. Não era autêntica porcelana, mas uma imitação satisfatória para as fábricas (oficiais ou particulares) que no decurso da primeira metade do século XVIII iam surgindo nos países do Ocidente da Europa. Os porcelanistas ingleses, por sua vez, descobriram em 1748 (na fábrica instalada em Bow) uma variante dessa porcelana de imitação, a "porcelana fosfática" ou bone-porcelain, feita com fosfato de cal, a cuja pasta se juntava cinza de ossos.
Já então, em 1709, as experiências realizadas sob patrocínio de Augusto II, o Forte, na Saxônia, haviam obtido o êxito desejado: um alquimista de vida aventureira e conduta duvidosa, Johann Bottger, vigiado e ajudado por um cientista (que faleceu em 1708), o cavaleiro Walther Von Tschirnhausen, descobrira o segredo da autêntica porcelana, ao empregar na sua composição uma terra procedente dos arredores de Aue (na parte ocidental dos montes Metálicos), que se revelou afinal idêntica à que era empregada pelos chineses: o caulim. Assim se fundou a Fábrica Real da Saxônia, instalada na fortaleza de Albrechtsburg, em Meissen.

Uma reflexão sobre o CHANTILLY do artista:

"A ornamentação de Klimt é expressão em imagens da matéria original, concebida como contínua, sem fim, mutante, que se enovela em espirais, serpenteia, emaranha-se, um redemoinho aterrador que adota todas as formas". (Ludwig Hevesi).

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