domingo, 6 de janeiro de 2013

POÉTICO MITOLÓGICO (O Ultra Retórico Coligarca)

 

Nosso quarto gladiador candidato é representante da Rainha Grega... Ele é magico é usa uma bela mascara política que mistura os jogos de palavras e o encanto da coligação magica que transforma sua ideologia em magica encantada... Através do espetáculo politiqueiro da ideologia eleitoral. Ele é um feiticeiro das palavras elaboradas para fazer o grande truque eleitoral pop cultural... Vem vestido com a astúcia verbal... É um forte estrategista, ou melhor, mágico populista... Que transforma campanhas em encantos populares, ele busca a ilusão perfeita do poder politico. Na hora do combate eleitoral... Seu lema é “Abracadabra poderosos alto-falantes da mídia”... No grande combate da Arena Mídia Star... Apresento o Ultra Mágico Retórico Coligarca...
Ele canta: Abracadabra política pop star
 
 
 Sobre a magia das palavras persuasivas
Nasce o antigo discurso politico sedutor sofista
Encantado pela sua astúcia verbal
O melhor truque é jogar com o desejo consumista popular
 
 
 No grande teatro social
Repita, repita fabuloso Retórico Coligarca
Abracadabra poderosos alto-falantes da mídia
O show deve continuar em espetacular dialética popular.
 
 
 hey, diz ai galera, quero ver a cartola funcionar.
Para a grande mágica acontecer
O mais eficiente feitiço politico vai vencer
Que saia o mais esperto coelho competitivo
E não a famosa velha tartaruga da retórica politica.
 
 
 No grande teatro social
Repita, repita fabuloso Retórico Coligarca
Abracadabra poderosos alto-falantes da mídia
O show deve continuar em espetacular dialética popular.
 
 
 Shalalá puro pharmacon ilusão que predomina
Na famosa peça do teatro social
O casamento da cega miss justiça com o aclamado mister progresso
É um grande baile de máscara social
Onde cada um tem o seu papel pré-determinado
Só depende do superpoder do cartão de credito apropriado...
 
 
 No grande teatro social
Repita, repita fabuloso Retórico Coligarca
Abracadabra poderosos alto-falantes da mídia
O show deve continuar em espetacular dialética popular.
 
 
 Quando a cortina do palco levantar
Use sua melhor máscara sócio-cultural
Como dizia um famoso carnavalesco
“O povo gosta de luxo”
Então use a melhor máscara que tiver
No grande show capitalista
 
 
 No grande teatro social
Repita, repita fabuloso Retórico Coligarca
Abracadabra poderosos alto-falantes da mídia
O show deve continuar em espetacular dialética popular.

 Para criar o poema Retórico Coligarca busquei como referência o antigo teatro grego e suas características. Os atores do teatro grego eram todos homens, e interpretavam vários papéis durante o mesmo espectáculo. Na tragédia existiam três atores e na comédia quatro. Os atores utilizavam máscaras e fatos que poderiam ser pesados. Na tragédia os atores utilizavam uma túnica até aos pés, chamado quíton, e o coturno; na comédia usavam-se roupas próximas às utilizadas pelos cidadãos e calçavam-se sandálias. Com o passar do tempo, as procissões dionisíacas foram ficando mais elaboradas, e surgiram os "diretores de coro", os organizadores das procissões, já que elas podiam reunir nas cidades até vinte mil pessoas. O primeiro diretor de coro e dramaturgo foi Téspis, convidado pelo tirano Pisístrato para dirigir a procissão de Atenas e vencedor do primeiro concurso dramático registrado. Téspis parece ter sido um elo importante na evolução final do ditirambo cantado em direção ao texto recitado e dialogado, criando a figura do "respondedor ao coro" (hypócrites) e a do personagem individualizado, o ator, em contraste ao coro, anônimo e coletivo. Com estas inovações, é considerado o pai da tragédia, mas possivelmente não tenha sido de fato o primeiro a usar diálogos. Sólon parece ter escrito poemas com esta característica, e os rapsodos que recitavam Homero também faziam uso da prosa dialogada. Também parece ter introduzido um segundo personagem, além do protagonista, representando dois papéis na mesma peça através do uso de uma máscara com uma face na frente e outra na nuca. As máscaras tinham uma outra função, eminentemente prática, por possibilitarem às pessoas acompanhar a ação cénica pelas expressões que mostravam, quando a voz do ator não conseguia alcançar toda a plateia.

 As Máscaras Sociais

 Selecionei um texto: O jogo das mascaras sociais.

 Texto por Guilherme Guerato - Brasília

Ao admitir que cumpre-nos apenas viver conforme a sociedade já bem o definiu, cada qual desempenhando seus papéis sociais como o de marido, esposa, pai, mãe, trabalhador etc, permanecemos presos, impedindo o maior desenvolvimento. Não percebemos que cada papel carrega em si o próprio limite de atuação. Este limite é o referencial a que recorremos para definir as regras de cada atuação social necessária ao melhor convívio. Se por um lado ganhamos, ao identificar, aprender e ensinar à descendência como se deve viver para que não se sujeite à sorte, em contrapartida perdemos o espaço à criação de performances alternativas e desta forma reduzimos as chances de desenvolver a autonomia crítica, visto pouco questionarmos se os papéis que desempenhamos socialmente são a única maneira de viver e interagir.

Cada papel diz respeito a uma máscara usada para encenar o teatro da vida. Temos que ser de um jeito para com nosso chefe, seguidores, colegas de trabalho, filhos, vizinhos, padeiro, pastor etc. É claro que temos personalidade. Todavia, ela nos leva a vestir tais máscaras para que haja adaptação cotidiana. Não obstante, cada máscara possui uma limitação de se agir, moldando-nos a uma forma de ser. Ocorrem conflitos por causa do desacordo entre tipo de temperamento introvertido ou extrovertido, experiências acumuladas, conceitos formados, e padrões de comportamento sugeridos pela sociedade. Nas relações conjugais, por exemplo, o psicólogo Carl Rogers (1902-1987) concluiu que Numerosos problemas desenvolvem-se na medida em que tentamos satisfazer as expectativas do outro…, e que não devemos nos afeiçoar pelos desejos, regras e papéis que os outros insistem em impor-nos.

Sabemos que limites são importantes para o adequado convívio. Não se defende aqui a abolição de leis e regras, já bem explicadas por pensadores de outros séculos, como Thomas Hobbes (1588-1679), por sua afirmação de que O homem é o lobo do homem, e Voltaire (1694-1778), ao comparar: Para que uma sociedade consiga sobreviver, fazem-se necessárias as leis, assim como as regras para os jogos. A ordem política tem o seu papel na regulação do convívio entre os homens. No entanto, nos revestimos destes papéis ao usar as máscaras sociais e agimos apenas em conformidade a eles. Tal fato oculta poder, vez que imputamos limitação a nós mesmos seguindo rigorosamente as diretrizes que cada papel determina. Não nos inquietamos a ponto de refletir sobre se devemos pensar e agir diferentemente do que estamos acostumados. Não ousamos participar mais dos acontecimentos. Um exemplo é a idéia de que política deve ser realizada apenas por político ou quem detém o papel deste setor para lidar com os assuntos pertinentes. Nos enganamos. Podemos e devemos ser mais presentes em assuntos dessa natureza. Já se provou que a opinião popular é importante e tem peso, não só nas eleições, mas na luta pelos direitos democráticos, em processo de impeachment presidencial, referendo, etc. Basta usar a máscara para este tipo de necessidade e exercitar o seu papel.

Não nos damos conta de que respeitamos em exagero os limites dos papéis sociais e por tal razão criamos uma mentalidade enrijecida. Agimos desta forma despercebidamente desde bem pequenos. Cremos que outros papéis como o de pessoas de talento, bem sucedidas, com carreira em dada profissão etc, servem apenas para quem já os exerce. Entretanto, muitos são os papéis a serem utilizados até se chegar onde o sonho alcança. Outra questão crucial é o medo e a obediência incondicional a que nos sujeitamos mediante personagens que usam máscaras de posição social ou hierarquia acima da nossa. Simplesmente obedecemos ou nos queixamos às escondidas sem propor idéias e pontos de vista contrários, que podem, conforme a ocasião e a necessidade, serem surpreendemente melhores.

Por detrás de toda máscara há um ser humano tentando sobreviver em seu meio, buscando a adaptação à sociedade ou grupo ao qual pertence. Portanto, os papéis são importantes. Segue-se, porém, que é relevante a capacidade potencial que todos possuem para desenvolver a criatividade, autonomia e ações pessoal e comunitária. Mas para dinamizá-la, urge reconhecer as múltiplas possibilidades a se desempenhar por meio de novos e essenciais papéis, além dos que já temos.

Há o poder que prende e o que liberta. Podemos crescer em outro papel, libertando-se da idéia prisioneira de limitação. A vida é repleta de oportunidades, mas se não acreditarmos em nossa própria capacidade, nada acontecerá. Escolha uma nova máscara ou melhore o desempenho das que já usa. Aproprie-se do poder que há em cada papel. Máscaras sociais que antes pareciam impossíveis de lhe pertencer estão mais próximas do que você supõe. Com que máscara deseja triunfar?


UM PENSAMENTO DO AUTOR:

 “Ainda acredito no poder da liberdade de expressão... Mesmo percebendo que as pequenas perseguições são expressões fabricadas de mentes pequenas”... O que posso dizer é: "Viva o poder da arte” (Rodrigo Ladir)