sábado, 21 de março de 2009

Poético Mitológico (No Covil das Górgonas)


Parado
Olhar que petrifica
Pessoa sem ação
Endurecer, empedernir, insensibilizar
Pessoa imóvel
Torna-se duro como pedra
Nossa visão é poderosa
Imobiliza devido ao medo ou susto
Visão que assombra
As sereias usam sua voz
Já usamos nosso olhar
Visão do pavor
Para tornar um corpo orgânico
Em substância pedregosa
Nosso objetivo é claro
Parado como Estátua
Pare o movimento
Pare o tempo
Pare o sonho
Pare o desejo
Pare o amor
Pare a esperança
Pare a vida
"Seu destino é ser estátua"
O movimento gera liberdade
Estátuas não falam
O silêncio é sua expressão
"Você já foi longe demais"
Pare
"Aonde você pensa que vai"
Pare
"Este é seu lugar"
Pare
"Você esta no seu devido lugar"
Pare
"Você pensa que pode se transformar"
Pare
Parado como Estátua
"Não se atreva de mudar de lugar"
PARE, PARE, PARE, PARE...
"Você já achou o seu lugar"
Pare
"Nós já dissemos para parar"
Parado como Estátua,
Pare, Pare, Pare...


As três Górgonas, segundo a mitologia Grega, de tão horríveis, possuíam o poder de petrificar com o olhar.
"O tema da Medusa integrava a tradição iconográfica florentina e dos Médici, para quem era um símbolo de poder: Leonardo da Vinci já havia pintado uma Medusa que era, conforme o biógrafo Giorgio Vassari, "a invenção mais estranha e extravagante jamais concebida". Provavelmente, Del Monte, alquimista aficionado que considerava Da Vinci um feiticeiro, desejava que Caravaggio desse continuidade à tradição e pintasse um monstro ainda mais horrendo”.
Extraído da coleção Folha Grandes Mestres da Pintura/ Caravaggio.
Sobre a visão das górgonas:
"A arte de um povo é um reflexo autêntico de sua mentalidade" (Nehru).

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