quarta-feira, 8 de outubro de 2008

AUTO RETRATO (SENHOR DOS ESPETÁCULOS)







"" me transformando
Os primeiros truques no palco

Um autor de comédias, o teatrólogo Menandro a examinar máscaras de atôres. Está com uma máscara de jovem, e na mesa há outras máscaras de mulher jovem e de homem mais velho, para melhor personificação dos tipos. Esta é a descrição de uma imagem da arte grega. Também pode ser interpretada como a solenemente pensativa, Melpômene, musa da tragédia contemplano uma máscara de teatro.
Do primitivo instinto de ser outro, da necessidade do disfarce e do jogo lúdico, da vontade do homem de ver-se a si mesmo reproduzido, do ritual religioso ou profano.
O teatro poderá renascer do espetáculo integral, no qual o sentido possui nos sonhos.
E seu criador será o encenador, sacerdote de um ritual mágico.
Para Artaud quer o teatro como um vitorioso flagelo, uma peste redentora. O teatro é um instrumento para libertar possibilidades e quebrar repressões.
As tragédias esmiuçavam a natureza do mal num esforço por edificar o espírito, mostrando como individualidades grandes e heróicas procediam diante do mal.
Nas tragédias de Esquilo, Sófocles e Eurípides essa forma de arte atingiu sua expressão mais elevada, oferecendo uma visão profunda da natureza interior do homem.
Em Eurípides, que Aristóteles aponta como o mais trágico dos poetas, os homens são mostrados com mais realismo e debatem-se em conflitos interiores, Sófocles aumenta o significado do homem e a ação dos deuses é injusta e autoritária, enquanto em Esquilo existe fé.

A realidade da ficção ou a ficção da realidade? pergunta tirada do livro "O que é Ficção" de Ivete Lara Camargos Walty

Selecionei um trecho do livro para refletir:

Machado de Assis, em um conto chamado "Ideias de canário", nos conta a estória de um pássaro que vivia em uma gaiola feia entre os trastes de uma loja de belchior, uma dessas lojas de objetos usados de toda natureza. Um cidadão, impressionado com o canto do pássaro entre tanta coisa morta, pergunta a ele se não sente falta céu azul, ao que o pássaro lhe responde que não sabe o que é isso, que seu mundo é aquela loja, aquela gaiola e que tudo o mais é ilusão e mentira. O homem, intrigado, resolve comprar o pássaro. Coloca-o numa gaiola branca, em uma varanda que dá para o jardim. Depois de algum tempo, pergunta-lhe o que é o mundo, e ele responde que o mundo é um grande jardim, com repuxo, flores e arbustos, "alguma grama, ar claro e um pouco de azul por cima" e que tudo o mais é ilusão e mentira.
O homem adoece e seu empregado deixa o pássaro escapar da gaiola. Tempos depois, passeando pelos arredores, ele vê o canário e torna a perguntar-lhe o que era o mundo para ele. É então que o pássaro lhe responde que o mundo era o espaço infinito e azul com o Sol por cima.
O homem, incrédulo, interroga:
- E a loja de belchior?
E o pássaro: - "De Belchior?...Mas há mesmo? lojas de Belchior?

Para Walty este conto nos mostra que a visão de mundo das pessoas varia de acordo com o lugar que cada uma ocupa no espaço geográfico, social, político, económico etc.
Não podendo falar de um real estático, pronto, pré-construído.

O que eu posso dizer é:
"O simples fato de não conseguirmos enxergar com clareza o final da estrada não é motivo para não empreendermos a jornada essencial. Ao contrário, as grandes mudanças dominam o mundo, e, a não ser que avancemos com a mudança, nós nos tornaremos suas vítimas" (Johnn F. Kennedy)

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