terça-feira, 22 de novembro de 2011

POÉTICO MITOLÓGICO (O Marketing de Eros)




Boa Noite! Senhoras e Senhores...
O nosso show parece que vai ter uma interferência de nossa majestade a Miss Flora...
Espera ai... Nossa Rainha quer ter o mesmo direito de escolher seu parceiro ideal ou, melhor ela deseja o direito de escolher o melhor candidato para sentar ao seu lado ao trono!
Pensativa... A rainha decide também realizar um concurso...
Nosso espetáculo não pode negar esse direito a Vossa alteza real...

Senhoras e Senhores... Esta aberto o concurso Mister Toy Boy...
São nove candidatos Pós-Graduados no prazer do encanto sofisticado, com MBA em carícias sonhadoras e um currículo cheio de performances arrebatadoras, que vão revelar todo o seu espetacular KNOW -HOW. Que tem o ritual afrodisíaco das rosas.
Afinal, nossa loja de brinquedos vai oferecer o melhor candidato para os mais íntimos desejos de nossa Rainha. Quando o negócio é a satisfação plena da cliente, nossos candidatos honram cada gota de suor. Nosso slong é: (Uau, que calor!).

Nossa Rainha canta: Toy Boy

Relações inconscientes do desejo
Emblemas estampados de prazer
Fliperama das emoções inquietas
Inventiva máquina que provoca sensações

Deliro! Deliro!
Na lógica do consumo ilógico
No mundo imaginário
Quem é ele... Quem é ele...
Cria atrevida da mais sofisticada loja de brinquedos
Toy Boy é o rei do neuromarketing

Fábrica de soldados especialistas
Em atirar sinais não conscientes que nos afetam
Anunciantes receptivos ás fantasias humanas
Produto secreto em embalagem atraente

Deliro! Deliro!
Na lógica do consumo ilógico
No mundo imaginário
Quem é ele... Quem é ele...
Cria atrevida da mais sofisticada loja de brinquedos
Toy Boy é o rei do neuromarketing

Antes teste primeiro
Decidir é tomar partido,
É escolher uma coisa e perder outras
Não dá para casar com dois parceiros,
Ou fazer carreira de sucesso em duas empresas concorrentes
Melhor errar que não decidir...
Não deixe o medo dominar...

Para compor TOY BOY é claro que me inspirei na Pop Art movimento artístico que surgiu em meados da década de 50 houve um crescente incentivo ao consumo através dos meios de comunicação. A tecnologia industrial mudou a vida nos grandes centros urbanos e alguns artistas americanos e britânicos procuraram criar arte que estivesse diretamente ligada a esse novo dia-a-dia. Eles usaram como fonte de inspiração o cotidiano, os objetos de uso diário, as sucatas, as embalagens de produtos variados, os eletrodomésticos e até imagens de personalidades de destaque, como políticos e artistas, que de certa forma também eram consumidas em cinemas, tevês, revistas, outdoors etc. Esse novo estivo artístico recebeu do crítico inglês Lawrence Alloway o nome de Pop Art, expressão derivada do termo inglês popular art.

Uma reflexão sobre o concurso e os candidatos a Mister Toy Boy:

Se for verdade que o capitalismo não inventou a propaganda, também é preciso reconhecer que ele não pode viver sem ela. Hoje as agências publicitárias são parte imprescindível do ciclo de produção das sociedades de massa. A propaganda envolve bilhões de dólares, promove a continuidade do consumo elevado dos mais favorecidos, enfim, difunde comportamentos e valores que tornam possível a continuação do modo de vida globalizado dos "incluídos". Por essas características, é possível pensar a propaganda e seus suportes (impresso, som, audiovisual, hipertexto etc.) como recursos para o estudo dos conteúdos históricos usados nas mensagens publicitárias, assim como recursos para o ensino da História. Aliás, é urgente trabalhar estes aspectos da vida em sala de aula: os Parâmetros Curriculares Nacionais reconhecem o desafio de ser educar o consumidor desde a escola, e várias organizações da sociedade civil apontam o consumo consciente e solidário como forma de pressão por mudanças sociais e ambientais.

(CERRI, Luis Fernando. Vendendo o peixe. Revista de História da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro:SABIN, ano 1, n. 1, ago. 2006. p. 83-4.)



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