terça-feira, 2 de agosto de 2011

POÉTICO MITOLÓGICO (A Estética Sacralizada)

Bom Dia!
Senhoras e Senhores
Nossa terceira candidata a Miss Flora, traz todo seu charme exótico, com um leve toque oriental.
Nosso pré-cavaleiro canta:

Ikebana Sagrado

O tempo vai e vem
No meu jardim só deseja,
Uma terra bem cultivada
Não me assustam os perigos
Dos ventos inimigos da hipocrisia
Pois a ignorância é grande tirana
Como se fora pérfida inimiga

De um passado enraizado na dor
Eu me levanto
Espírito de nobre beleza
Com porte de deusa misteriosa
Crescendo e expandindo
Exótica Miss Orquídea

Minha nina preciosa,
Que tudo em flores converte
Feliz de quem penetre no teu mistério!
Para os iletrados, é mais um simples arranjo enfeitado.
Mas em meu sagrado IKEBANA
A bela é um livro místico
E somente a alguns é dado lê-la.

De um passado enraizado na dor
Eu me levanto
Espírito de nobre beleza
Com porte de deusa misteriosa
Crescendo e expandindo
Exótica Miss Orquídea

O leque natural se abriu,
Beleza inesperada
Com o poder de explorar sentidos
Através dessa visão estranha
Que ora amostra ora esconde o meu destino
Eu te cortejo flor misteriosa

Para compor IKEBANA SAGRADO me inspirei na beleza misteriosa das orquídeas. Nome comum a diversas espécies de plantas terrestres ou epífitas, herbáceas, de raízes adventícias e flores de múltiplas cores e formato característico.
Existem muitas espécies de orquídeas no mundo. Entre as orquídeas, as Phalaenopsis destacam-se, com suas flores bonitas e sua elegância excepcional.
As Phalaenopses são disponíveis numa variada grama de cores. Elas são de excelente durabilidade e suas flores permanecem abertas por um longo período. Depois que as flores caem, elas geralmente voltam a florir ano após ano, quando bem tratadas.
A Orquídea Phalaenopsis é originária da Indonésia e das Filipinas, ela é uma orquídea do tipo epighyta, e, portanto gosta de ter as raízes em contato com o ar. Esse tipo de orquídea pode ser plantada em troncos, mas quando plantada em vasos, por ser uma epiphyta suas raízes ficam para fora do vaso, sendo isso normal.

O que seria a IKEBANA?
Seria um arranjo usado como inspiração para expressar o sentimento que tem dentro de si. Uma pequena planta ou um simples galho mostram uma beleza inesperada, quando combinados com outros elementos e flores. Tudo vai depender da riqueza de espírito de quem os colocou e do significado que se quer transmitir. Não é por acaso que, para os japoneses, por trás da ikebana está à própria alma do seu criador. Tanto quanto escrever ou pintar, se representa o conceito do belo através das flores.
A criação da ikebana em terras japonesas pode ser atribuída a ritual de oferecer flores aos deuses. Esta prática, que tem origem provável na Índia, chegou ao Japão através da China, junto com o Budismo.
Diz à lenda que a escola mais antiga de ikebana, a Ikenobo, está ligada ao abade Senmu, primeiro religioso Ikenobo, que por volta dos anos 600 enfeitava a imagem de Buda, colocando flores em ambos os lados do altar. Esta tradição, mantida por seus descentes por sete séculos, ao lado do costume popular japonês de oferecer a natureza aos deuses, levou ao aparecimento da primeira escola de ikebana.
No final do século XVI, com o advento da era dos samurais, a arte japonesa entrou num período de grande pompa. E também a ikebana foi tomando uma forma mais definida, como arranjo para os senhores feudais influentes. É o seu tempo áureo, quando se estabelecem as regras do estilo Rikka: amplitude, harmonia e sobriedade.
Com a queda do governo dos samurais e a abertura das portas para o Ocidente, o Japão se transforma. Até a escola Ikenobo, que se orgulhava de sua tradição e era protegida pelos shoguns, como a encarregada de fazer os arranjos nos seus palácios, foi colocada de lado.
A filosofia que está por trás da ikebana é riquíssima, assim como os seus simbolismos, presentes muitas vezes num simples elemento. O pinheiro, por exemplo, representa a vida eterna, pois resiste aos ventos gelados; o bambu significa a firmeza de caráter, pois não quebra com o vento; uma flor desabrochada lembra o passado, enquanto o botão, o futuro. E há mil outras interpretações.
Espero que essa pequena explicação tenha enriquecido de informações as mentes dos meus leitores.

Um pensamento sobre a prática ornamental do autor:

"Disciplina é um supremo ornamento e, seja usada pelos velhos ou pelos moços, faz nascer apenas felicidade. É perfume por excelência e, ao contrário dos perfumes comuns que só viajam com o vento, seu aroma refrescante viaja espontaneamente em todas as direções. Bálsamo sem igual proporciona alívio às dores intensas da ilusão e do engano". (Dalai-Lama)

Já esse pensamento é para os preguiçosos mentais:

"Paciência, requisito para um bom arranjo" (Rodrigo Ladir).

Nenhum comentário: