terça-feira, 23 de agosto de 2011

POÉTICO MITOLÓGICO (A Estética Cultural)

Boa tarde! Senhoras e Senhores...
Nosso desfile continua, e nossa sexta candidata certamente, é a que mais flores produzem, pois sua floração se mantém até nove meses. Ela pode ser rosa, lilás, púrpura e branca. Seu tamanho é variado do normal ou mínis. Na passarela de nosso jardim de encantos a preciosa musa ancestral Miss Violeta-Africana.
Nosso anjo, ou melhor, pré-cavaleiro canta:

Guerreira memoriosa

A batucada começa
Em busca das raízes escondidas
Vestígios do passado de exclusão vivida
A reação no campo florido
Fragmentos de semente de blues embalam esse jardim.

Miss Violeta Africana
Guerreira memoriosa
Sua área cultural dever ser bem cultiva
A expedição histórica se espalha pela luta da liberdade.

Cantando o poema do novo dia
Sou mensageiro das identidades
Nos subúrbios das cidades
E nos recantos escuros das casas ricas
Aonde as Violentas murmuraram: Ainda.

Miss Violeta Africana
Guerreira memoriosa
Sua área cultural dever ser bem cultiva
A expedição histórica se espalha pela luta da liberdade.

Donas do tempo antigo
Flores desabrochadas de quindumbas
Esquecidas pela selva capitalista
A sede e a urgência da mudança
Irei tão longe quanto for
Celebrar a mulemba santa milagrosa.

Bom para compor GUERREIRA MEMORIOSA eu me inspirei nas minis flores Violeta-africana, seu primeiro híbrido de que se tem notícia é a “Miss Liberty", criando por volta de 1951, na Inglaterra. As primeiras plantas eram frágeis e difíceis de serem cultivadas, mas com o tempo se tornaram tão fortes e populares quanto suas ancestrais. Hoje, reproduzem-se com facilidade através das folhas mais novas, sob uma temperatura que varia de 18 a 24°C, num local protegido do sol direto e ligeiramente úmido.

O que seria uma MULEMBA? Grande árvore de raízes aéreas, espécie de fícus. Tem forte sentido mitológico em Angola.

Hoje eu quero dedicar uma pequena explicação sobre o anjo do jardim: A inspiração veio de Walter Benjamin, filósofo alemão, dizia reconhecer o "anjo da história" no quadro Ângelus Novus de Paul Klee. Sobre o quadro, disse:

"O anjo da história deve ter esse aspecto. Seu rosto está dirigido para o passado. Onde nós vemos uma cadeia de acontecimentos, ele vê uma catástrofe única, que acumula incansavelmente ruína sobre ruína e as dispersa a nossos pés. Ele gostaria de deter-se para acordar os mortos e juntar os fragmentos. Mas uma tempestade sopra do paraíso e prende-se em suas asas com tanta força que ele não pode mais fechá-las. Essa tempestade o impele irresistivelmente para o futuro, ao qual ele vira as costas, enquanto o amontoado de ruínas cresce até o céu. Essa tempestade é o que chamamos progresso."

(Walter Benjamin. Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1986. p. 226).

2 comentários:

flor do lácio disse...

Belo poema. a fragilidade versus a selvageria do capitalismo e amoldura que o capital faz de nós.

flor do lácio disse...

Belo poema. a fragilidade versus a selvageria do capitalismo e amoldura que o capital faz de nós.