sábado, 5 de setembro de 2009

Poético Mitológico (O cabaret dos Felinos)



Boa noite Felinos

Querem se divertir

Lá em cima, aqui em baixo

ou melhor, de cabeça pra baixo

Um aviso felinos

Não tropeça em todas aquelas antigas superstições

Um recado para oposição canina:

"NÃO" Atire o pau no gato. Ok...


Gata quem de nós vai resistir mais tempo

Gata você quer me enlouquecer com seu canto noturno

Deitado na minha cama

Recordações noturnas

Observando pela janela

Segredos guardados de lá do fundo

Seu canto me chama

Sob aqueles postes de luzes brancas

Gata vamos juntos ficar animados

a noite inteira

só será real se você sentir

Não é fácil sucumbir medos opressivos

Os cães continuam a dizer

Ela é encrenca

Tudo não passa de antigas superstições

São simplesmente cães adestrados

O que eles podem dizer sobre realidade!

Viva sua fantasia aqui comigo

Não há disfarce para o amor

Met-Amor-fose.


Para começar o show do Cabaret dos felinos


Senhoras e Senhores

O hino dos felinos:

Me alimentaram

Me acariciaram

Me aliciaram

Me acostumaram
O meu mundo era o apartamento

Detefon, almofada e trato

Todo dia filé-mignon

Ou mesmo um bom filé...de gato

Me diziam, todo momento

Fique em casa, não tome vento

Mas é duro ficar na sua

Quando à luz da lua

Tantos gatos pela rua

Toda a noite vão cantando assim
Nós, gatos, já nascemos pobres

Porém, já nascemos livres

Senhor, senhora ou senhorio

Felino, não reconhecerás
De manhã eu voltei pra casa

Fui barrada na portaria

Sem filé e sem almofada

Por causa da cantoria

Mas agora o meu dia-a-dia

É no meio da gataria

Pela rua virando lata

Eu sou mais eu, mais gata

Numa louca serenata

Que de noite sai cantando assim
Nós, gatos, já nascemos pobres

Porém, já nascemos livres

Senhor, senhora ou senhorio

Felino, não reconhecerás

(História De Uma Gata)
Chico Buarque Composição: Enriquez/Bardotti - versão: Chico Buarque


Uma frase para refletir sobre a metamorfose:

"Sou como você me vê. Posso ser leve como brisa ou forte como uma ventania. Depende de quando e como você me vê passar" (Clarice Lispector)

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